Após a abertura solene, foi realizada a mesa de debates com o tema “A crise mundial, o golpe no Brasil e as consequências para os trabalhadores”, com os palestrantes João Felício, presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI) e o juiz Luiz Antonio Colussi, diretor legislativo da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra).
João Felício abordou o momento que estamos passando no Brasil e como o mundo está vendo a nossa situação. “A CUT sempre defendeu uma profunda reforma tributária: se não há dinheiro, vamos debater quem vai pagar a conta. Não dá para desonerar as empresas, reduzir os impostos dos mais ricos, não combater a sonegação, isso provoca o desequilíbrio das contas públicas”, apontou o presidente da CSI. A mobilização social é a única alternativa pra tentar barrar as votações no Congresso Nacional, se não fizermos isso, aquele Congresso vai votar de acordo com os interesses econômicos daqueles que financiam as campanhas eleitorais.
O juiz Luiz Antonio Colussi falou aos participantes sobre o trabalho da Anamatra, de forte defesa do direito social, de defesa da Constituição Federal, que visa proteger o trabalhador brasileiro e que prometeu diminuir ou de zerar as desigualdades. “Ainda há muita desigualdade no país e nesse momento estamos vendo com uma preocupação muito grande o andamento da reforma trabalhista e da reforma previdenciária”. O juiz lembrou ainda que não há precedentes no mundo dessa proposta feita pelo governo Temer no que se refere à mudança da legislação previdenciária, em relação ao aumento extremo do tempo de contribuição e da idade do trabalhador. De acordo com o magistrado, o relator mexeu em mais de 100 artigos da CLT. A justiça do trabalho tem muita ação porque a legislação do trabalho não está sendo cumprida.
Para Francisco Alano, presidente da Federação dos Trabalhadores no Comércio de Santa Catarina - FECESC, “Nós temos que voltar a ter a capacidade de nos indignar. Se não nos indignarmos, eles roubam tudo mesmo, e esse congresso tem esse papel. Se não fizermos isso não vamos honrar nossa história.”